sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Ô, trem bom sô! Satisfiz o desejo de ter um blog pra sentar a pua! Hoje quero sentar a pua no instinto de rebanho( salve Nietzsche!) que domina a tal classe artística! Nunca vi gente com tanta vocação pra ovelha, e o berro deles é "GENIAL"! Se eu fosse um empresário lançava um papel higiênico com esse nome!
Fui convidado pra ir ao show de uma cantora por um amigo, um tiete, desses que adoram uma fila na porta pra dar pinta, antes de ir ao tal evento minha sensatez ligou o alerta e recorri a esta brilhante invenção que é a internet e fui até o tal site da cantora, foi um choque! A performance(esse tipo de "manifestação artística" é a moleza do fazer qualquer merda!) é assustadora, o desespero da "artista" é quase penalizante, são vinte bambôles, uma banana sendo chupada, cambalhotas e números circenses mal-executados e para arrematar ela fica pelada, muito criativo! E isso foi em Nova York, tá?! O que ela fez no Brasil é! O figurino de melindrosa com a pomba na cabeça!O pior mesmo,mesmo, é quando ela canta, depois de ser arrebatado por todas as peripécias da moça, falta um arroz com feijão pra dar força, é um mimimimimi de gato fraco, a gente pelo menos espera um vozerão depois de tudo, mas não! Vem uma cantora que ainda não almoçou. Ainda teve gente dizendo que essa moça é a "nova Carmem Miranda"! Socorro!!! Tudo bem que o repertório da Carmem pode ser chamado do que for, ela também, mas sem comparações por favor! Deixem a Carmem em paz! Não xinguem e batam em quem não pode se defender!

Claro que neguei o convite. De mim ela não verá nem um real! É o mínimo que posso fazer, poupar-me!


Tem um tal de Curió, Rolinha, Bicudo, sei que é nome de pássaro, não lembro qual, era uma ave de rapina!Sei que o tal é diretor de teatro aclamado! Fui convidada por um dos integrantes do seu "pré-estelar elenco", escolhido a dedos, unhas ou garras num concurso lançado pelo Sr. Rapina ( vou chamá-lo assim!), para assistir o espetáculo que foi realizado com esses "escolhidos". É apavorante. E as pessoas gostam. Os atores gostam. O Sr. Rapina é muito esperto, com um dinheirinho da Prefeitura ele recolocou sua imagem em cena, achou gente que não é mais gente é ovelha, mandou fazer fila na porta ( se não for desse jeito não é um acontecimento!) escolheu àqueles que mais tinham em si arraigado "o instinto de rebanho" adestrou, chamou uma equipe técnica (realmente técnica, produtiva, do grego tekné) que disfarçou e encheu de efeitos mágicos a pobreza intelectual e cênica do diretor e do elenco, o senhor rapina escoheu as ovelhas e tosqueou bem sua lã, e uma das críticas que li dizia que o maior mérito teria sido justamente essa habilidade de deixar tudo certinho, ninguém sobressai, nenhuma surpresa. Ainda ouvi da boca de Matilde que era GENIAL, teve crítico citando Bachellard, Valéry, Pirandello e Fellini para adjetivar o Sr. Rapina, que perfeitamente pastoreou suas ovelhas que acham maravilhoso, pois não podemos ver nada além do querer aparecer como tais, e o Sr. R. através de uma crítica a um comportamento, uma crítica moralista sim, sabe que aquelas pessoas não estão com ele e sim por ele, por isso investe contra elas e contra uma remota, mas possível, tentativa de rebeldia de uma ovelha (acho difícil também, ele já foi bem precavido desde o inicio, bem jovens, de diferentes lugares, desagregados, ele os salvou e os conduziu.), ele reforça ainda mais os padrões de "ideais de felicidade", torna tudo tão "humano" ( estão sendo necessárias todas as aspas, eu garanto!) meio engraçado e romântico que dá vontade de vomitar. Os sentados espectadores tem a "baba elástica e bovina" rodriguiana. Esse foi o momento da minha "madeleine", quando me vi entre ovelhas e bovinos me senti de novo lá na fazenda, mas a diferença me atropelou num repente, lá as ovelhas e as vacas são vacas e ovelhas, a gente também sabe, elas não sei se sabem, aqui as pessoas ficam tentando com fervor serem vacas e ovelhas, mas não são e sabem que não são, mas mesmo assim continuam unidas tentando a qualquer custo, ao custo do tempo precioso de suas vidas, contemplando, vendo, sentadas, caminhando na mesma direção, fazendo cabriolas tristes, enquanto a vida está aí dando baile com salão vazio, sem dançarinos que tornem obras de arte a si mesmos.

3 comentários:

  1. achei a defesa do seu ponto de vista mais interessante do que as idéias em si. a crítica contra o status quo da arte (que hoje é o "ser moderninho", "conceitual"), é mais velha, manjada e ultrapassada do que a própria idéia que se tem de subverter a arte. hoje, com todos estudos que foram feitos, com todos ensaios, críticas e diferentes visões sobre manifestações artísticas, o mais sensato seria se aproximar das coisas que de fato valham a pena, ao invés de ir ao encontro do kitsch

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  2. É de entender a sua idgnaçao,mas talves a Mari tenha razao. Vem ai outra questao,devemos nos calar?sera q falando nos estamos dando ibop a eles?e isso q eles qerem!!!! falem mal mas falem d mim!!!!! os idiotas as ovelhas sempre exitirao,faz parte do vazio humano.

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